Homenagem ao Prof. Dr. Marco Tullio Barcellos de Assis Figueiredo
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Abstract
Há algum tempo, a Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt) determinou que um número especial da nossa Revista fosse lançado, como homenagem ao Marco.
Ao Prof. Kleber coube reunir alguns profissionais de destaque em Cuidados Paliativos (CP) e pedir a eles que falassem da trajetória profissional do Prof. Marco Tullio.
A mim, como esposa, coube-me falar do homem, do marido...
Tarefa difícil, essa separação. Primeiro, porque homem e médico sempre estiveram juntos na alma do Marco; segundo, porque nós dois trabalhávamos juntos, sonhávamos juntos, construíamos juntos os passos que Cuidados Paliativos puderam dar na Faculdade de Medicina e no Hospital Escola.
Eu bem que poderia começar esta conversa por uma frase que começasse assim: “Era uma vez...”. Porque a nossa história muitas vezes nos pareceu, mesmo, um lindo conto de fadas.
Lembro-me muito bem do domingo chuvoso, em Itajubá, que nos recebeu há quatro anos, exatamente no dia 12 de julho. Marco era só excitação, esperança e alegria.
Eu sempre tive uma ternura imensa por essa capacidade do Marco de se entusiasmar pelas coisas e pelas pessoas; sempre me encantei pela sua capacidade de ver o melhor e o mais bonito no Ser Humano, mesmo quando o pior é que era visível aos demais.
Nós nos conhecemos na sede do CRM em São Paulo, quando se iniciava a formação do Grupo de Trabalho em Cuidados Paliativos do CREMESP, que deu origem ao primeiro Manual de CP, escrito no Brasil.1
Mais tarde, ele veio a prefaciar o livro. Mas isto foi mais à frente, quando já morávamos na Granja Viana, no célebre Solar do Abacateiro, do qual ele tanto gostava.
O amor e a alegria sempre acompanharam o Marco: o nosso começo de namoro, pra dizer o mínimo, foi pitoresco. Ele adorava me pedir que contasse a nossa história às pessoas que acabáramos de conhecer.
Nós nos conhecemos, namoramos e nos casamos em menos de um mês. Nenhuma dúvida ou hesitação nos fez perder tempo, como se soubéssemos, desde o primeiro encontro, o que percebemos logo depois: nós esperamos um pelo outro durante toda a nossa vida, e o “antes” não foi mais do que um preparo para o Encontro. E assim nós vivemos até o dia 07 de fevereiro de 2013, quando uma artéria se fechou no seu cérebro e ele partiu.
Nós sabíamos, desde o início, que o nosso tempo seria curto; combinamos então que nada seria mais importante do que o nosso casamento, e cumprimos à risca o combinado.
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