O Lado Trágico e o Lado Belo da Vida / The Tragedy and the Beauty of Life

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Luiz Francisco Pontin

Abstract

No último 29 de novembro, fomos acordados por uma tragédia na Colômbia com todos que estavam a bordo do voo LaMia 2933: jogadores e dirigentes da Chapecoense, repórteres, cinegrafistas e a própria tripulação. Alguns se salvaram, mas a maioria perdeu suas vidas. As primeiras análises indicam que houve falta de combustível no avião. No entanto, apontar os culpados neste momento pouco importa. Se foi ironia do destino, também pouco importa. A realidade é que vidas se foram e, com elas, alegrias que o time da Chapecoense poderia dar aos seus torcedores e ao povo brasileiro. Quantas famílias choram a perda de seus entes queridos, pais, filhos, irmãos, esposas e amigos? O Brasil está de luto.

Mas há incrivelmente lados belos nesta tragédia. Times de futebol do exterior têm se solidarizado com o ocorrido. Times brasileiros igualmente fazem sua parte. Clubes ofereceram alguns de seus jogadores à Chapecoense para que ela possa continuar jogando e, assim, consiga reerguer o time que tanto orgulho dava à cidade de Chapecó. A vida tem de continuar!

Algo extremamente notável tem sido a manifestação do povo colombiano. Em 30 de novembro, atletas do time que iria jogar contra a Chapecoense, juntamente com parte da população de Medelín, foram ao campo no horário da partida prestar homenagens às vítimas. Foi a mais bela demonstração de carinho e solidariedade ao povo brasileiro. A Colômbia deu uma lição de generosidade, mostrando que nestas horas não há rivalidades, desavenças, ou times adversários: há um só time, o time da humanidade.

Postos estes extremos, diga-se a tragédia e o belo, os questionamentos que vêm à tona são os seguintes: por que agimos assim, com grandeza na alma, somente nas horas mais amargas da vida? Por que não agimos com benevolência no cotidiano? Por que perdemos tempo com mesquinharias no dia a dia? Por que somos tão agressivos no trânsito, intolerantes e maldosos? O que nos desperta tanta raiva e ódio? Por que não somos amáveis e gentis todos os dias? O que provoca mudanças repentinas e ríspidas em nosso comportamento?

Tais questionamentos parecem como enigmas ainda não desvendados. Talvez a psicologia, a sociologia, a filosofia, e/ou a medicina expliquem isso futuramente. Talvez a ciência um dia consiga melhor compreender e antecipar a complexidade do gênero humano. Por ora, gostaria de sugerir que façamos uma reflexão sobre qual sentido temos dados a nossas vidas. Que olhemos nosso interior e tudo que nos cerca, com intuito de nos certificarmos das escolhas que temos feito a cada momento. Tragédias vão continuar existindo; porém, não podemos desistir do milagre da vida! 



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How to Cite
1.
Pontin LF. O Lado Trágico e o Lado Belo da Vida / The Tragedy and the Beauty of Life. HSJ [Internet]. 2016 Dec. 16 [cited 2024 Dec. 23];6(4):1. Available from: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/611
Section
EDITORIAL
Author Biography

Luiz Francisco Pontin, Universidade Federal de Itajubá - MG

Possui graduação em Bacharelado Em Física pela Universidade de São Paulo (1976), especialização em Psicologia da Educação I e II pela Universidade de São Paulo (1975), especialização em Prática de Ensino I e II pela Universidade de São Paulo (1976), mestrado em Física Geral pela Universidade de São Paulo (1982) e doutorado em Física pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física das Partículas Elementares e Campos