Prevalência de automedicação e características de acesso a anti-inflamatórios em adultos no município de Navegantes, Santa Catarina.

Conteúdo do artigo principal

Thiago Farias de Queiroz e Silva
http://orcid.org/0000-0003-3203-745X
Luciane Peter Grillo
https://orcid.org/0000-0003-3096-5578
Leo Lynce Valle de Lacerda
https://orcid.org/0000-0003-3662-4678
Tatiana Mezadri

Resumo

Objetivo: Investigar a prevalência de automedicação de anti-inflamatórios e seu acesso na população adulta do município de Navegantes, Santa Catarina. Método: Estudo transversal descritivo e analítico de base populacional do tipo survey. O instrumento utilizado foi um questionário adaptado, contendo cinco blocos com variáveis sociodemográficas, hábitos sociais, utilização dos serviços de saúde, autoavaliação em saúde e utilização de medicamentos de acordo com o Sistema Anatômico Terapêutico Químico. Resultados: A prevalência de automedicação de anti-inflamatórios foi de 14,8%. Predominaram indivíduos do sexo feminino (53%), faixa etária entre 30-39 anos (30,7%), com ensino fundamental (44,6%), inativos fisicamente (79,5%), porém sem doença crônica (66,3%) e autoavaliação de saúde boa (88,6%). O sexo feminino (53%; p = 0,038), os indivíduos inativos (79,5%; p = 0,003), sem plano de saúde (80,1%; p = 0,018), com doença crônica (33,7%; p = 0,015) e que autoavaliaram sua saúde ruim (11,4%; p=0,002) se automedicaram mais com anti-inflamatórios. Os anti-inflamatórios mais consumidos foram o composto paracetamol/carisoprodol/diclofenaco de sódio/cafeína (39,7%), seguindo da nimesulida (16,2%) e do diclofenaco de sódio (15,6%). Com relação ao acesso e uso de medicamentos, os participantes referiram ter utilizado medicamentos sob influência de outras pessoas (80,1%), reutilizado medicamentos (85,5%), obtido resultado esperado (80,1%), não apresentar efeito colateral (80,1%) e indicar para terceiros (67,4%). Conclusão: Apesar dos inúmeros efeitos colaterais, a amostra estudada faz uso indiscriminado de anti-inflamatórios sem prescrição médica/odontológica.


Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Silva TF de Q e, Grillo LP, Lacerda LLV de, Mezadri T. Prevalência de automedicação e características de acesso a anti-inflamatórios em adultos no município de Navegantes, Santa Catarina. HSJ [Internet]. 1º de maio de 2020 [citado 20º de maio de 2024];10(2):20-7. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/919
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Thiago Farias de Queiroz e Silva, Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Itajaí, Santa Catarina, Brasil

Centro de Ciências da Saúde, Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho. Universidade do Vale do Itajaí.

Referências

1. Dunn MJ. The role of arachidonic acid metabolites in renal homeostasis. Drugs. 1987;33(1):56-66. doi: 10.2165/00003495-198700331-00009
2. Whelton A, Watson AJ. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs: Effects on kidney function. In: De Broe ME, Porter GA, Bennett WM, Verpooten GA, editors. Clinical Nephrotoxins. Dordrecht: Springer; 1998, p. 203-16. doi: 10.1007/978-94-015-9088-4_14
3. Ejaz P, Bhojani K, Joshi VR. NSAIDs and kidney. J Assoc Physicians India. 2004;52:632-9.
4. Da Silva JM, Mendonça PP, Partata AK. Anti-inflamatórios não-esteróides e suas propriedades gerais. Rev Cient ITPAC [Internet]. 2014 [cited 2020 Apr 14]; 7(4):5-12. Avaiable from: https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/74/artigo5.pdf
5. Melgaço SSC, Saraiva MIR, Lima TTC, Júnior GBS, Daher EF. Nefrotoxicidade dos anti-inflamatórios não esteroidais. Medicina (Ribeirão Preto Online). 2010; 43(4):382-90. doi: 10.11606/issn.2176-7262.v43i4p382-390
6. Chahade WH, Giorgi RDN, Szajubok JCM. Antiinflamatórios não hormonais. Einstein. 2008;6(Supl 1):S166-S74.
7. Lucas GNC, Leitão ACC, Alencar RL, Xavier RMF, Daher EF, Júnior GBS. Aspectos fisiopatológicos da nefropatia por anti-inflamatórios não esteroidais. J Bras Nefrol. 2019;41(1):124-30. doi: 10.1590/2175-8239-jbn-2018-0107
8. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada nº 98, de 1° de agosto de 2016. Dispõe sobre os critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição, e dá outras providências [Internet]. Diário Oficial da União. Brasília: Senado Federal; 2016 [cited 2020 Apr 14]. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2921766/RDC_98_2016.pdf/32ea4e54-c0ab-459d-903d-8f8a88192412
9. Pereira MD, Mariúba GB, Santos NS, Rebelo MA, Pereira MD. Envelhecimento populacional com foco no uso racional de medicamentos: o papel do farmacêutico. Rev InterSaúde [Internet]. 2019 [cited 2020 Apr 14];1(1):37-46. Avaiable from: http://revista.fundacaojau.edu.br:8078/journal/index.php/revista_intersaude/article/view/109
10. Brasil. Ministério da Saúde. Pesquisa nacional sobre acesso, utilização e promoção do uso racional de medicamentos no Brasil. Questionário aplicados aos adultos (entrevistados com mais de 15 anos e capazes de se comunicar) [Internet]; 2016 [cited 2020 Apr 14]. Available from: http://www.ufrgs.br/pnaum/documentos/questionarios-1/PNAUM_Inq_Adulto.pdf/view
11. WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology, Guidelines for ATC classification and DDD assignment 2013. Oslo, Norway; 2013 [cited 2020 Apr 14]: 276 p. Avaiable from: https://www.whocc.no/filearchive/publications/1_2013guidelines.pdf
12. Zhan M, Peter WLST, Doerfler RM, Woods CM, Blumenthal JB, Diamantidis CJ, et al. Patterns of NSAIDs use and their association with other analgesic use in CKD. Clin J Am Soc Nephrol. 2017;12(11):1778-86. doi: 10.2215/CJN.12311216
13. Marin E, Escarrone AL, Bittencourt C, Friedrich M, Laporta LV. Avaliação da automedicação com antiinflamatórios não-esteróides em farmácias comerciais de Santa Maria–RS. Disciplin Sci Saúde [Internet]. 2016 [cited 2020 Apr 14];6(1):1-11. Avaiable from: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/869/812
14. Mazutti AR, Teixeira LAJ, Gontijo EEL, Silva MG. Fatores associados à automedicação: uma análise a partir dos profissionais de drogarias privadas de Gurupi, Tocantins. Rev Movimenta. 2013;6(1):398-410.
15. Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa [Internet]. Guia 2018: Dados do Setor [cited 2020 Apr 14]. Avaiable from: https://www.interfarma.org.br/guia/guia-2018/dados_do_setor/
16. Tan HH, Ong WMC, Lai SH, Chow WC. Nimesulide induced hepatotoxicity and fatal hepatic failure. Singapore Med J. 2007;48(6):582-5. PMID: 17538762
17. Araújo MAR. Hepatotoxicidade associada à nimesulida: uma revisão da literatura. Rev Bras Farm [Internet]. 2012 [cited 2020 Apr 14];93(3):283-9. Avaiable from: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-3-3.pdf
18. Silva MG, Lourenço EE. Uso indiscriminado de anti-inflamatórios em Goiânia - GO e Bela Vista - GO. Rev Cient ITPAC [Internet]. 2014 [cited 2020 Apr 14];7(4):1-12. Avaiable from: https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/74/artigo9.pdf
19. Richtmann R. AUTOMEDICAÇÃO: Prática pode ser perigosa para a saúde. [Internet]. 2014 [cited 2020 Apr 21]. Avaiable from: https://cidadeverde.com/noticias/178735/automedicacao-pratica-pode-ser-perigosa-para-a-saude
20. Silva MM, et al. O uso crônico de anti-inflamatórios não-esteroidais e seus efeitos adversos. Cadernos da Medicina – UNIFESO [Internet]. 2019 [cited 2020 Apr 14] ;2(2):90-100. Avaiable from: http://www.revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/1374
21. Menegoi YLF. Complicações do uso da nimesulida-revisão de literatura [Abstract]. Rev Bras Odontol [Internet]. 2019 [cited 2020 Apr 14];76(Suppl 2):99. Avaiable from: http://revista.aborj.org.br/index.php/rbo/article/view/1678/1145
22. Aragão FF, Tobias AF. Tratamento farmacológico da dor na gestante. BrJP Online. 2019;2(4):374-380. doi: 10.5935/2595-0118.20190068
23. World Health Organization [Internet]. The pursuit of responsible use of medicines: sharing and learning from country experiences. No. WHO/EMP/MAR/2012.3. Geneva: World Health Organization; 2012 [cited 2020 May 03]. 78 pp. Avaiable from: https://www.who.int/medicines/publications/responsible_use/en/
24. Silva MM, Oliveira MC, Couto VF, Moreira TM, Coelho YM, Nunes CP. O uso crônico de anti-inflamatórios não-esteroidais e seus efeitos adversos. Cad Med Unifeso [Internet]. 2019 [cited 2020 Apr 14];2(2):90-100. Avaiable from: http://www.revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/1374
25. Teni FS, Birru EM, Surur AS, Belay A, Wondimsigegn D, Gelayee DA, Shewamene Z. Pattern and predictors of medicine use among households in Gondar Town, northwestern Ethiopia: a community-based medicine utilization study. BMC Res Notes. 2017;10(1):357-71. doi: 10.1186/s13104-017-2669-7
26. Brasil. Lei nº 13.021, de 08 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas [Internet]. Brasília, DF: Senado; 2014 [cited 2020 Apr 14]. Avaiable from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm
27. Ferreira RL, Júnior ATT. Estudo sobre a automedicação, o uso irracional de medicamentos e o papel do farmacêutico na sua prevenção. Rev Cient Facul Educ e Meio Ambient. 2018;9(edesp):570-6. doi: 10.31072/rcf.v9iedesp.617
28. Brasil. Lei n.º 9787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a lei n.º 6360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil [Internet]. Brasília: Senado Federal; 1999 [cited 2020 Apr 14]. Avaiable from: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1999/lei-9787-10-fevereiro-1999-351613-publicacaooriginal-1-pl.html
29. Ferreira FG, De Souza JSM, Paim RSP. Prevalência da automedicação em acadêmicos de enfermagem em uma Faculdade de Caxias do Sul. Rev Contexto & Saúde. 2019;19(36):46-52. doi: 10.21527/2176-7114.2019.36.46-52
30. Matos JF, Pena DAC, Parreira MP, Santos TDCD, Coura-Vital W. Prevalência, perfil e fatores associados à automedicação em adolescentes e servidores de uma escola pública profissionalizante. Cad Saúde Colet. 2018;26(1):76-83. doi: https://doi.org/10.1590/1414-462x201800010351