Análise de prevalência e mortalidade associada ao melanoma cutâneo em pacientes atendidos em centro de referência no Oeste do estado de Santa Catarina, Brasil, de 2002 a 2016

Conteúdo do artigo principal

Marcelo Moreno
https://orcid.org/0000-0003-0244-9138
Juliana Cristina Schmidt
https://orcid.org/0000-0002-0571-1456
Luiza Grosbelli
https://orcid.org/0000-0002-5906-5904
Maykel Dassi
https://orcid.org/0000-0001-9804-253X
Rafael Victor Mierzwa

Resumo

Objetivo: determinar a epidemiologia e as características clínicas do melanoma cutâneo (MC) na região Oeste do estado de Santa Catarina, Brasil. Métodos: este estudo transversal e descritivo avaliou o comportamento clínico e o perfil epidemiológico do MC em pacientes de 78 municípios do Oeste do Estado de Santa Catarina, Brasil, no período de 2002 a 2016, tratados no Sistema Único de Saúde. Para a análise dos dados foi utilizado o teste do Qui-quadrado. Para elaborar as curvas de sobrevida, foi considerado um período de 10 anos (teste Log Rank). Resultados: dados de 1.146 pacientes foram avaliados, e houve uma média de 20 casos/100.000 habitantes/ano. Encontravam-se nos estágios I e II 63,5% dos pacientes. A sobrevida global em 10 anos de acompanhamento foi de 89%(IC95% 87,7% - 91,5%). Pacientes do sexo feminino apresentaram maior sobrevida (94,5%; IC95% 92,7% - 96,4% vs. 82,6%; IC95% 78,9% - 86,3%; p < 0,001) e variáveis de melhor prognóstico. Conclusões: o Oeste do estado de Santa Catarina apresentou uma alta prevalência de MC. As características clínicas e epidemiológicas encontradas concordam com as descritas nas populações que residem em regiões geográficas equivalentes; mas diferem de outras regiões do Brasil. Essas diferenças, associadas à organização do sistema público de saúde de referência e contra-referência, podem explicar aos resultados de sobrevida encontrados.



Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Moreno M, Schmidt JC, Grosbelli L, Dassi M, Mierzwa RV. Análise de prevalência e mortalidade associada ao melanoma cutâneo em pacientes atendidos em centro de referência no Oeste do estado de Santa Catarina, Brasil, de 2002 a 2016. HSJ [Internet]. 15º de dezembro de 2020 [citado 22º de novembro de 2024];10(4):109-16. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/1018
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Marcelo Moreno, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor titular do Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Juliana Cristina Schmidt, Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Doutora em Genética pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora Titular do Curso de Medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Chapecó, Santa Catarina, Brasil

Luiza Grosbelli, Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Acadêmica do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Chapecó, Santa Catarina, Brasil

Maykel Dassi, Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Acadêmico do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Chapecó, Santa Catarina, Brasil

Rafael Victor Mierzwa, Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Acadêmico do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Chapecó, Santa Catarina, Brasil

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