Espacialização da mortalidade por transtornos mentais e comportamentais atribuível ao uso de substâncias psicoativas no Brasil, de 2012 a 2016

Conteúdo do artigo principal

Marilane Vilela Marques
http://orcid.org/0000-0002-3486-4304
Jadna Kelly da Silva
https://orcid.org/0000-0002-6906-493X
Lillian Batista Palhano Galvão Moura
Harinson Carpegeano Câmara de Almeida
Alcebíades de Sousa Filho
Ana Edimilda Amador
http://orcid.org/0000-0002-3645-5088

Resumo

Introdução: Os transtornos mentais e de comportamento atribuíveis ao uso de substâncias psicoativas consistem em importante problema de saúde pública, dada a sua prevalência e o risco de promoverem incapacidade e morte. Objetivo: Analisar a distribuição espacial da mortalidade por transtornos mentais e comportamentais atribuível ao uso de substâncias psicoativas no Brasil. Métodos: Estudo ecológico em municípios do Brasil, no período de 2012 a 2016. Analisou-se a distribuição espacial, a intensidade e a significância através do índice de Moran Global, MoranMap e BoxMap. Resultados: A maioria dos óbitos foi atribuível ao uso do álcool (n = 33.177; 77,36%) , seguido do fumo (n = 7.262; 16%) e do uso de múltiplas drogas (n = 1.409; 3,29%), sendo que a maioria (n = 36.861; 85,97%) era do sexo masculino e 46.31% solteiros. Nas faixas de idade entre 40 a 59 anos houve 21.712 óbitos (50,63%), e entre 60 anos e mais, 13.445 óbitos (31,35%). Os municípios que apresentaram as maiores taxas médias de mortalidade padronizadas (óbitos/100 mil hab.) foram: Charrua–RS (43,60), Uru–SP (43,19), Riacho da Cruz–RN (42,21), Senhora do Porto–MG (42,19), Mata–RS (36,81), Pendências–RN (35,26) e Catuji–MG (35,19). O valor do Índice Global de Moran foi de 0,216 (p = 0,01). No MoranMap observou-se formação de cluster de alto/alto nas regiões Nordeste e Sudeste. Conclusão: Existe no Brasil um padrão de dependência espacial na distribuição das taxas de mortalidade atribuíveis ao uso de substâncias psicoativas.



Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Marques MV, Silva JK da, Galvão Moura LBP, Almeida HCC de, Filho A de S, Amador AE. Espacialização da mortalidade por transtornos mentais e comportamentais atribuível ao uso de substâncias psicoativas no Brasil, de 2012 a 2016. HSJ [Internet]. 27º de junho de 2020 [citado 3º de julho de 2024];10(3):30-8. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/874
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Marilane Vilela Marques, Secretaria Municipal de Saúde de Natal-RN. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Enfermeira. Secretaria Municipal de Saúde do Município de Natal-RN. Especialista em Análise de Situação de Saúde (UFG). Especialista em Vigilância em Saúde (IEP Sírio Libanês). 

Jadna Kelly da Silva, Centro Universitário Facex (UniFacex)

Assistente Social. Especialista em Serviço Social e Saúde Pública. Centro Universitário Facex (UniFacex). Mestranda em Política Social e Território (UFRN).

Lillian Batista Palhano Galvão Moura, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Harinson Carpegeano Câmara de Almeida, Conselho Internacional de álcool, drogas e segurança viária.

Enfermeiro. Especialista em Urgência e Emergência. Membro do Conselho Internacional de álcool drogas e segurança viária. 

Alcebíades de Sousa Filho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Economista. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Especialista em Sustentabilidade e Políticas Públicas (UNINTER). Mestrando em Demografia (UFRN).

Ana Edimilda Amador, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Mestre em Saúde Coletiva. Doutoranda em Demografia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Referências

1. Baasch D, Trevisan, RL, Cruz, RM. Perfil epidemiológico dos servidores públicos catarinenses afastados do trabalho por transtornos mentais de 2010 a 2013. Cienc Saude Coletiva [Internet]. 2017;22(5):1641-50. doi: 10.1590/1413-81232017225.10562015
2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório sobre a Saúde no Mundo 2001 – Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança. Genebra: OMS; 2001 [cited 2020 Jun 25]. Avaiable from: www.who.int/whr/2001/en/whr01_djmessage_po.pdf
3. Bonadiman, CSC, Passos VMA, Mooney M, Naghavi M, Melo APS. A carga dos transtornos mentais e decorrentes do uso de substâncias psicoativas no Brasil: Estudo de Carga Global de Doença, 1990 e 2015. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2017;20(Suppl 01):191-204. doi: 10.1590/1980-5497201700050016
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST/Aids. Portaria No. 457 de 16 de abril de 2003. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde; 2003. Avaiable from: bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2003/prt0457_16_04_2003.html
5. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Portaria n.º 336/GM de 19 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: MS; 2002. Avaiable from: bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html
6. Soccol KLS, Terra MG, Ribeiro DB, Mostardeiro SCTS, Teixeira JKS, Souto VTS, et al. Sobrecarga financeira vivenciada por familiares cuidadores de indivíduos dependentes químicos. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2014;4(3):602-11. doi: 10.5902/2179769211264
7. Marinho LCP, Carmo DRP, Souto VT, Pelzer MT, Costa RF. O corpo, a droga e o movimento. Rev Min Enferm. [Internet]. 2016;20:e987. doi: 10.5935/1415-2762.20160057
8. Anselin L. Local indicators of spatial association. Geogr Anal. 1995;27(2):93-115. doi: 10.1111/j.1538-4632.1995.tb00338.x
9. Oliveira VC, Capistrano FC, Ferreira ACZ, Kalinke LP, Felix JVC, Maftum MA. Perfil sociodemográfico e clínico de pessoas atendidas em um CAPS AD do sul do Brasil. Rev Baiana Enferm. 2017;31(1):e16350. doi: 10.18471/rbe.v31i1.16350
10. Laranjeira R, Madruga C, Pinsky I, Caetano R, Mitsuhiro S. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD). São Paulo: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (INPAD), UNIFESP; 2014 [cited 2020 Aug 25]. Avaiable from: inpad.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Lenad-II-Relatório.pdf
11. Roerecke M, Rehm J. Alcohol use disorders and mortality: a systematic review and meta-analysis. Addiction 2013;108(9):1562-78. doi: 10.1111/add.12231
12. Marcon SR, Xavier JS, Barcelon AA, Espinosa MM, Barbosa DA. Correlação entre sintomas depressivos e qualidade de vida de usuários de substâncias psicoativas. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(4):663-9. doi: 10.1590/S0080-623420140000400013
13. Santos LR, Silva AR, Barros JF, Magalhães GL, Costa RM, Cunha LC. Perfil de usuário de crack e avaliação de densidade geral de problemas associados ao uso de substâncias psicoativas. Rev Enferm UFPE online [Internet]. 2017 [cited 2020 Aug 25];11(9):3471-81. Avaiable from: pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-32935
14. Cardoso LRD, Malberger A. Problemas escolares e o consumo de álcool e outras drogas entre adolescentes. Psicol Esc Educ. 2014;18(1):27-34. doi: 10.1590/S1413-85572014000100003
15. Carvalho NAR, Santos JDM, Silva Junior JFG, Monteiro CFS, Lima LAA. Perfil de usuários de crack. Rev Enferm UFPI. 2015;4(2):33-9. doi: 10.26694/reufpi.v4i2.3554
16. Almeida RMM, Trentini LB, Klein LA, Macuglia GR, Hammer C, Tesmmer M. Uso de álcool, drogas, níveis de impulsividade e agressividade em adolescentes do Rio Grande do Sul. Psico [Internet]. 2014 [cited 2020 Aug 25];45(1):65-72. Avaiable from: pdfs.semanticscholar.org/4732/ec4a605c89af3089c6308d82c313ae843032.pdf
17. Rodrigues LOV, Silva CRC, Oliveira NRC, Tucci AM. Perfil de usuários de crack no município de Santos. Temas psicol. 2017;25(2):675-89. doi: 10.9788/TP2017.2-14
18. Lemos YV, Wainstein AJA, Savoi LM. And Drummond-Lage, A.P. Epidemiological and toxicological profile of homicide victims in a legal medicine unit in Brazil. J Forensic Leg Med. 2019;65:55-60. doi: 10.1016/j.jflm.2019.05.008
19. Melo APS, França EB, Malta DC, Garcia LP, Mooney M, Naghavi M. Mortalidade por cirrose, câncer hepático e transtornos devidos ao uso de álcool: Carga Global de Doenças no Brasil, 1990 e 2015. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(Suppl 1):61-74. doi: 10.1590/1980-5497201700050006
20. Bastos FI, Bertoni N. (Org.). Pesquisa Nacional sobre o uso de crack: quem são os usuários de crack e/ou similares do Brasil? quantos são nas capitais brasileiras? Rio de Janeiro: Editora ICICT/FIOCRUZ, 2014. Avaiable from: www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10019
21. Cosentino SF, Vianna LAC, Souza MHN, Perdonssini LGB. Características de cuidadores familiares e de usuários de drogas. Rev Enferm UFPE [Internet]. 2017 [cited 2020 Aug 25];11(6):2400-7. Avaiable from: periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/23403/19066
22. Leyton V, Bombana HS, Magalhães JG, Panizza HN, Sinagawa DM, Takitane J, Carvalho HB, Andreuccetti G, Yonamine M, Gierde H, Muñoz DR. Trends in the use of psychoactive substances by truck drivers in São Paulo State, Brazil: A time-series cross sectional roadside survey (2009–2016). Traffic injury prevention. 2019;20(2):122-7. doi: 10.1080/15389588.2018.1552786
23. Cantão L, Botti NCL. Suicidal behavior among drug addicts. Rev Bras Enferm. 2016;69(2): 366-73. doi: 10.1590/0034-7167.2016690224i
24. Ribeiro DB, Terra MG, Soccol KLS, Schneider JF, Camillo LA, Plein FAZ. Motivos da tentativa de suicídio expressos por homens usuários de álcool e outras drogas. Rev Gaúcha Enferm. 2016;37(1): e54896. doi: 10.1590/1983-1447.2016.01.54896
25. Di Rico R, Nambiar D, Stoové M, Dietze P. Drug overdose in the ED: a record linkage study examining emergency department ICD-10 coding practices in a cohort of people who inject drugs. BMC Health Services Research. 2018 [citado 08 Agosto 2019]; 18:945. doi: 10.1186/s12913-018-3756-8
26. Jalal H, Buchanich JM, Roberts MS, Balmert LC, Zhang K, Burke DS. Changing dynamics of the drug overdose epidemic in the United States from 1979 through 2016. Science. 2018;361(1218). doi: 10.1126/science.aau1184
27. Stewart K, CAO Y, Hsu MH, Artigiani E, Wish E. Geospatial analysis of drug poisoning deaths involving heroin in the USA, 2000-2014. J. Urban Health. 2017;94:572-86. doi: 10.1007/s11524-017-0177-7