Perfil e manejo de pacientes com sintoma de dor lombar em um Pronto-Socorro Brasileiro: um estudo observacional retrospectivo
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Resumo
Objetivo: Descrever o perfil demográfico e manejo de pacientes com dor lombar (DL) apresentados no pronto-socorro (PS) de um hospital público brasileiro. Métodos: Estudo transversal retrospectivo, utilizando amostra de conveniência de pacientes com DL triados através do Manchester Triage System ao longo de um ano. Os dados foram extraídos dos prontuários eletrônicos. A DL foi classificada como dor não traumática, traumática e não-espinhal, de acordo com os sinais e sintomas relatados. Os dados incluíram o perfil demográfico, gravidade e controle da dor (exames de imagem, prescrição de medicamentos e hospitalização). Resultados: Foram analisados 2.016 pacientes. A maioria era de meia-idade (média de idade = 40,5 anos, DP 15,7), sexo feminino (n = 1043, 51,7%) e apresentava intensidade moderada de dor (escore de 4 a 7 na Escala Visual Analógica, n = 1.471; 74,1%). A dor não traumática (n = 1.016; 50,4%) foi a principal causa de procura. Um total de 36,9% (n = 743) foi submetido a exames de imagem e 42,2% (n = 850) receberam medicação. Pacientes com dor não-espinhal tiveram três vezes mais chances de receber medicação com opióides (OR = 2,96; IC 95% 2,30 a 3,79). Conclusão: A DL não traumática (sem histórico de trauma ou sinalizador vermelho) foi a principal causa de procura de cuidados por lombalgia em um PS brasileiro. A maioria dos pacientes foi tratada de forma conservadora e sem hospitalização. Exames de prescrição e imagem de opióides, embora realizados em menor escala, ainda foram utilizados no manejo desse tipo de dor lombar.
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