Mortalidade por suicídio no Brasil: análise temporal (2010-2021) e comparação com os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19
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Resumo
Objetivo: Analisar casos de suicídio no Brasil de 2010 a 2021 e as características sociodemográficas deste fenômeno, incluindo os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19, para avaliar a existência de relação dos aumentos de casos de suicídio no Brasil com esta doença. Métodos: Estudo ecológico de linhas temporais, com 140.339 casos analisados a partir das bases de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Taxas e regressões estatísticas foram aplicadas no software STATA®. Resultados: Observou-se maiores taxas de suicídio em homens, solteiros, e residentes nas regiões Sul e Centro-Oeste. A faixa etária de 10 a 19 anos teve crescimento de 1,7 casos x 100 mil habitantes/ano. A análise por região revelou variações significativas nas taxas, sugerindo influência de fatores contextuais. Embora a pandemia tenha gerado impactos na saúde mental, não foi possível estabelecer relação direta entre a COVID-19 e o aumento das taxas de suicídio. Conclusão: Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas e intervenções preventivas, especialmente para grupos vulneráveis, como os jovens. Abordagem multifatorial é sugerida, considerando fatores socioeconômicos, acesso a serviços de saúde mental e redução do estigma associado com doenças mentais. Em suma, este estudo contribui para a compreensão das tendências temporais e características demográficas dos suicídios no Brasil, ressaltando a importância de investigações longitudinais adicionais para melhor compreensão desse fenômeno complexo. Espera-se que essas evidências fortaleçam as políticas de saúde mental e promovam estratégias mais eficazes de prevenção do suicídio.
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