Mortalidade por suicídio no Brasil: análise temporal (2010-2021) e comparação com os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19

Conteúdo do artigo principal

Juan Felipe Rincón Mejía
https://orcid.org/0000-0003-0445-5902
Valeska Maddalozzo Pivatto
https://orcid.org/0000-0002-7022-4689

Resumo

Objetivo: Analisar casos de suicídio no Brasil de 2010 a 2021 e as características sociodemográficas deste fenômeno, incluindo os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19, para avaliar a existência de relação dos aumentos de casos de suicídio no Brasil com esta doença. Métodos: Estudo ecológico de linhas temporais, com 140.339 casos analisados a partir das bases de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Taxas e regressões estatísticas foram aplicadas no software STATA®. Resultados: Observou-se maiores taxas de suicídio em homens, solteiros, e residentes nas regiões Sul e Centro-Oeste. A faixa etária de 10 a 19 anos teve crescimento de 1,7 casos x 100 mil habitantes/ano. A análise por região revelou variações significativas nas taxas, sugerindo influência de fatores contextuais. Embora a pandemia tenha gerado impactos na saúde mental, não foi possível estabelecer relação direta entre a COVID-19 e o aumento das taxas de suicídio. Conclusão: Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas e intervenções preventivas, especialmente para grupos vulneráveis, como os jovens. Abordagem multifatorial é sugerida, considerando fatores socioeconômicos, acesso a serviços de saúde mental e redução do estigma associado com doenças mentais. Em suma, este estudo contribui para a compreensão das tendências temporais e características demográficas dos suicídios no Brasil, ressaltando a importância de investigações longitudinais adicionais para melhor compreensão desse fenômeno complexo. Espera-se que essas evidências fortaleçam as políticas de saúde mental e promovam estratégias mais eficazes de prevenção do suicídio.


 



Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Rincón Mejía JF, Pivatto VM. Mortalidade por suicídio no Brasil: análise temporal (2010-2021) e comparação com os primeiros dois anos da pandemia de COVID-19. HSJ [Internet]. 17º de setembro de 2023 [citado 20º de maio de 2024];13(3):31-9. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/1426
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Juan Felipe Rincón Mejía, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Saúde Pública, Mestre em Políticas Públicas pela Universidade de los Andes (Colômbia), especialista em gerencia de projetos pela Universidade Nacional e a Distancia (Colômbia).

Valeska Maddalozzo Pivatto , Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Saúde da Família pela Universidade Federal de Pelotas, Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de Santa Catarina, Graduada em odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

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