O Paciente Terminal, o Médico e o Medo de Morrer / The Terminal Patient, the Doctor and the Fear of Dying
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Resumo
Desde a minha adolescência, eu sempre lia os livros escritos pelos médicos que versavam sobre as suas vivências no dia a dia da profissão, eu os admirava pelo elevado teor humano que emanava de seus escritos.
A construção diagnóstica era uma minuciosa busca da anamnese, somada aos sinais e sintomas de um atento exame físico, acrescidos de uns poucos exames de laboratório clínico, e eventualmente de alguns exames radiológicos rudimentares.
Durante essa fase semiológica, o médico e o doente interagiam, o que propiciava um conhecimento empático geralmente prazeroso.
O século XIX foi muito rico na relação medico/doente, muito antes da descoberta das bactérias. A observação clínica e o exame clínico acurados possibilitaram o avanço da terapêutica, com a união dos dois atores – o médico e o doente/família.
Ricord, dermatologista francês, em l860 estabeleceu a diferença diagnóstica entre dois cancros: o duro (sifilíco) e o mole (bacteriano), exclusivamente pela anamnese e a evolução clínica.
Na década de 1960, o filósofo Egilde P. Seravalli descreveu em cores vivas “O paciente terminal, o médico e o medo de morrer”. Nessa mesma década a enfermeira Cicely Saunders (RU) e a médica E. Kubler-Ross (US) escreveram respectivamente os cuidados paliativos aos moribundos, e o processo do morrer (Tanatologia-Estudo da Morte).
Eu tenho particular interesse na literatura médica antes da Era Moderna Científica e de alta tecnologia. O que eu transcrevo a seguir é uma tradução de Seravelli em inglês, muito citada na literatura médica das décadas de 1980 e 1990.
Ele expressa com clareza a angústia do doente moribundo e o embaraço do médico de enfrentar o processo do morrer e o medo da morte do seu doente.
Seravelli foi um dos pioneiros da classe médica em entender a finitude do ser humano. A leitura de seu trabalho infelizmente, ainda é o temor e a perplexidade da maioria dos médicos ocidentais, diante do ciclo final da vida.
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