Baciloscopia para hanseníase no Sistema Único de Saúde do Brasil entre 2013 e 2022

Conteúdo do artigo principal

Ricardo Barbosa-Lima
https://orcid.org/0000-0001-5274-4800
Geissiane Felizardo Vivian
Lincoln Max Rocha Alba
https://orcid.org/0000-0001-5732-3036
Kaisa Silva Nascimento de Gois
https://orcid.org/0000-0003-2881-3161
Vivian Aparecida Tomaz
https://orcid.org/0000-0001-5359-1404
Murilo Correzola Pinto
https://orcid.org/0000-0003-1691-0538
Flávia Freire Ramos-Silva
https://orcid.org/0000-0003-2010-5216
Glebson Moura Silva
https://orcid.org/0000-0002-4977-2787

Resumo

Objetivo: Avaliar a quantidade anual de baciloscopias para hanseníase realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico, longitudinal, retrospectivo e quantitativo, utilizando dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS). A quantidade de baciloscopias para hanseníase a cada 100.000 residentes foi estimada para o Brasil e suas cinco macrorregiões, avaliada entre 2013 e 2022 com nível de significância (a) de 5%. Resultados: Mais de 1,3 milhões de baciloscopias foram notificadas nos últimos dez anos no SUS. A mediana da incidência anual foi de 67 baciloscopias para hanseníase por 100.000 residentes, sendo a máxima observada em 2013 (82) e a mínima em 2022 (46). As incidências anuais nas macrorregiões Norte, Centro-oeste e Nordeste foram significativamente superiores à estimativa nacional, enquanto no Sul e Sudeste foram inferiores (p <0,05). A tendência temporal foi considerada decrescente para a estimativa nacional (p = 0,002), com variação percentual anual de -5,6% (IC95% = -3,8%; -8,2%). Entretanto, após desconsiderar os anos da pandemia de COVID-19 (2020-2022), a tendência tornou-se estacionária (p = 0,181). Além disso, a incidência durante o período pré-pandêmico foi significativamente maior quando comparada ao terceiro ano após o advento da pandemia em todas as macrorregiões do Brasil (p <0,05). Conclusão: Foi possível concluir que o SUS realizou um número expressivo de baciloscopias para hanseníase nos últimos dez anos, mas existem disparidades macrorregionais no Brasil, bem como um impacto significativo da pandemia de COVID-19.



Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Barbosa-Lima R, Vivian GF, Alba LMR, de Gois KSN, Tomaz VA, Pinto MC, et al. Baciloscopia para hanseníase no Sistema Único de Saúde do Brasil entre 2013 e 2022. HSJ [Internet]. 28º de dezembro de 2023 [citado 22º de novembro de 2024];13(4):38-45. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/1458
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Ricardo Barbosa-Lima, Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (FAMEESP)

Cirurgião-dentista, Especialista em Saúde Pública.

Geissiane Felizardo Vivian, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Médica

Lincoln Max Rocha Alba, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Graduando em Medicina.

Kaisa Silva Nascimento de Gois, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Médica

Murilo Correzola Pinto, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Graduando em Medicina

Flávia Freire Ramos-Silva, Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Petrolina, PE.

Enfermeira, Mestra em Políticas Públicas em Saúde.

Glebson Moura Silva, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Enfermeiro, Doutor em Educação.

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