Baciloscopia para hanseníase no Sistema Único de Saúde do Brasil entre 2013 e 2022
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Objetivo: Avaliar a quantidade anual de baciloscopias para hanseníase realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico, longitudinal, retrospectivo e quantitativo, utilizando dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS). A quantidade de baciloscopias para hanseníase a cada 100.000 residentes foi estimada para o Brasil e suas cinco macrorregiões, avaliada entre 2013 e 2022 com nível de significância (a) de 5%. Resultados: Mais de 1,3 milhões de baciloscopias foram notificadas nos últimos dez anos no SUS. A mediana da incidência anual foi de 67 baciloscopias para hanseníase por 100.000 residentes, sendo a máxima observada em 2013 (82) e a mínima em 2022 (46). As incidências anuais nas macrorregiões Norte, Centro-oeste e Nordeste foram significativamente superiores à estimativa nacional, enquanto no Sul e Sudeste foram inferiores (p <0,05). A tendência temporal foi considerada decrescente para a estimativa nacional (p = 0,002), com variação percentual anual de -5,6% (IC95% = -3,8%; -8,2%). Entretanto, após desconsiderar os anos da pandemia de COVID-19 (2020-2022), a tendência tornou-se estacionária (p = 0,181). Além disso, a incidência durante o período pré-pandêmico foi significativamente maior quando comparada ao terceiro ano após o advento da pandemia em todas as macrorregiões do Brasil (p <0,05). Conclusão: Foi possível concluir que o SUS realizou um número expressivo de baciloscopias para hanseníase nos últimos dez anos, mas existem disparidades macrorregionais no Brasil, bem como um impacto significativo da pandemia de COVID-19.
Detalhes do artigo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem ao HSJ o direito de primeira publicação. A partir de 2024, as publicações serão licenciadas sob a Attribution 4.0 International , permitindo seu compartilhamento, reconhecendo a autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores estão autorizados a assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicação em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores são incentivados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer momento após o processo editorial.
Além disso, o AUTOR fica informado e consente que o HSJ possa incorporar seu artigo em bases de dados e indexadores científicos existentes ou futuros, nas condições definidas por estes a cada momento, o que envolverá, pelo menos, a possibilidade de que os titulares de esses bancos de dados podem executar as seguintes ações no artigo.
Referências
PMid:35832335 PMCid:PMC9273393
2. Froes-Junior LAR, Sotto MN, Trindade MAB. Leprosy: clinical and immunopathological characteristics. An Bras Dermatol. 2022;97(3):338-47. https://doi.org/10.1016/j.abd.2021.08.006 PMid:35379512 PMCid:PMC9133310
3. Gilmore A, Roller J, Dyer JA. Leprosy (Hansen's disease): an update and review. Mo Med. 2023;120(1):39-44. PMid:36860602 PMCid:PMC9970335
4. Makhakhe L. Leprosy review. S Afr Fam Pract (2004). 2021;63(1):e1-6. https://doi.org/10.4102/safp.v63i1.5311 PMid:34797098 PMCid:PMC8603093
5. Santos MASD, Mercadante LM, Pegas ES, Kadunc BV. Relationship between bacilloscopy and operational classification of Hansen's disease in patients with reactions. An Bras Dermatol. 2018;93(3):454-6https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20186725 PMid:29924247 PMCid:PMC6001107
6. Belotti NCU, Nardi SMT, Paschoal VDA, Montanha JOM, Pedro HSP, Gazetta CE. Laboratory diagnosis of leprosy: two staining methods from bacilloscopy and rapid ml flow test. Int J Mycobacteriol. 2021;10(4):393-7. https://doi.org/10.4103/ijmy.ijmy_206_21 PMid:34916457
7. Lima LV, Pavinati G, Silva IGP, Moura DRO, Gil NLM, Magnabosco GT. Temporal trend, distribution and spatial autocorrelation of leprosy in Brazil: ecological study, 2011 to 2021. Rev Bras Epidemiol. 2022;25:e220040. https://doi.org/10.1590/1980-549720220040 PMid:36478213
8. Miguel CB, Mota PB, Afonso BO, Agostinho F, Cazzaniga RA, Abreu MCM, et al. Leprosy morbidity and mortality in Brazil: 2008-2018. Braz J Infect Dis. 2021;25(6):101638. https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101638 PMid:34756836 PMCid:PMC9392197
9. Barbosa-Lima R, Ramos-Silva FF, Santos JCO, Santos DKC, Silva GM, Kameo SY. Leprosy bacilloscopy notifications in the Brazilian Unified Health System and COVID-19 pandemic: an ecological investigation. J Health Biol Sci. 2023 [cited 2023 Dec 14];11(1):1-5. Available from: https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/4656
10. Marques NP, Marques NCT, Cardozo IM, Martelli DRB, Lucena EG, Oliveira EA, et al. Impact of the coronavirus disease 2019 on the diagnoses of Hansen's disease in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2021;54:e02512021. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0251-2021 PMid:34320132 PMCid:PMC8313100
11. Deps P, Collin SM, Andrade VLG. Hansen's disease case detection in Brazil: a backlog of undiagnosed cases due to COVID-19 pandemic. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2022;36(10):e754-5. https://doi.org/10.1111/jdv.18307 PMid:35680545 PMCid:PMC9347646
12. Merchán-Hamann E, Tauil PL. Proposal for classifying the different types of descriptive epidemiological studies. Epidemiol Serv Saude. 2021;30(1): e2018126. https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000100026 PMid:33950133
13. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MM, Silva CM. STROBE initiative: guidelines on reporting observational studies. Rev Saude Publica. 2010;44(3):559-65. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000300021 PMid:20549022
14. Brasil, Ministério da Saúde. Departamento de Informática - Sistema Único de Saúde (DATASUS) [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2023 [cited 2023 Jul 6]. Available from: https://datasus.saude.gov.br/
15. Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2023 [cited 2023 Jul 7]. Available from: http://www.ibge.gov.br/
16. Pagano M, Gauvreau K, Heather M. Principles of bioestatistics. 3a. ed. Boca Raton: CRC Press; 2022. 620p.
17. Latorre MRDO, Cardoso MRA. Time series analysis in epidemiology: an introduction to methodological aspects. Rev Bras Epidemiol. 2001;4(3):145-52. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2001000300002
18. Antunes JLF, Cardoso MRA. Using time series analysis in epidemiological studies. Epidemiol Serv Saude. 2015;24(3):565-76. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300024
19. Brasil, Ministério da Saúde. Resolução n. 510 de 7 de abril de 2016 [Internet]. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em ciências humanas e sociais. Diário Oficial da União. 2016 mai. 24; Seção 1. p 44.
20. Martins-Melo FR, Assunção-Ramos AV, Ramos Júnior AN, Alencar CH, Montenegro Júnior RM, Oliveira MLW, et al. Leprosy-related mortality in Brazil: a neglected condition of a neglected disease. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2015;109(10):643-52. https://doi.org/10.1093/trstmh/trv069 PMid:26354792
21. Silva CLM, Fonseca SC, Kawa H, Palmer DOQ. Spatial distribution of leprosy in Brazil: a literature review. Rev Soc Bras Med Trop. 2017;50(4):439-49. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0170-2016 PMid:28954063
22. Pescarini JM, Strina A, Nery JS, Skalinski LM, Andrade KVF, Penna MLF, et al. Socioeconomic risk markers of leprosy in high-burden countries: a systematic review and meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2018;12(7):e0006622. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006622 PMid:29985930 PMCid:PMC6053250
23. Lima LV, Pavinati G, Silva IGP, Moura DRO, Gil NL, Magnabosco GT. Temporal trend, distribution and spatial autocorrelation of leprosy in Brazil: ecological study, 2011 to 2021. Rev Bras Epidemiol. 2022;25:e220040. https://doi.org/10.1590/1980-549720220040.2
24. Brasil, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase [Internet]. Brasília: Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis; 2022 [citado 7 jul 2023]. Available from: https://bit.ly/3GIT19k
25. Diniz SPMC, Pereira DLM, Aquino DMC, Oliveira BLCA, Rabelo PPC, Rolim ILTP. Impacto da COVID-19 na assistência às pessoas acometidas pela hanseníase. Rev Enferm Atual In Derme. 2023;97(2):e023078. https://doi.org/10.31011/reaid-2023-v.97-n.2-art.1627
26. Lopes JGCBS, Silva IM, Leal MGC, Ribeiro AMS, Leitão JCU, Sousa AFDS, et al. Subdiagnóstico de hanseníase no Brasil durante a pandemia da COVID-19. REAMed. 2022;20:e11172. https://doi.org/10.25248/reamed.e11172.2022
27. Reis ACNF, Oliveira JPM, Gomes HS, Cavalcante NV. Impact of the COVID-19 pandemic on the continued care of leprosy: an integrative review. RSD. 2022;11(14):e339111436490. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36490
28. Mendonça IMS, Eleres FB, Silva EMS, Ferreira SMB, Sousa GS. Impact of the COVID-19 pandemic on the care of patients with leprosy: an evaluative study from the perspective of the health professional. RSD. 2022;11(2):e4111225459.