Efeito da Ingestão Aguda de Álcool na Microbiota do Trato Gastrointestinal e na Produção Local de IgA Secretora em Camundongos/Effect of Acute Alcohol Ingestion in the Microbiota of the gastrointestinal tract and in Local IgA Secretory Productions in Mice
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Resumo
Introdução: O trato gastrointestinal é colonizado logo após o nascimento por bactérias que desenvolvem populações complexas e estáveis, normalmente benéficas ao hospedeiro. Entretanto, diversos fatores, como a ingestão de álcool, podem promover disfunções na microbiota intestinal, acarretando prejuízo ao indivíduo. Objetivo: Avaliar o impacto da ingestão aguda de álcool sobre a microbiota gastrointestinal e produção de IgA secretória no muco de camundongos. Metodologia: 30 camundongos BALB/c, fêmeas adultas, foram tratadas por 4 dias consecutivos com álcool ou salina. No quinto dia foram sacrificados e retirados amostras de estômago, intestino delgado e grosso para análises. Foi feita uma lavagem em cada órgão para o isolamento dos microrganismos além da análise de IgA secretória no muco, pelo método de ELISA. Resultados: Animais tratados por via intragástrica com etanol apresentaram redução no número de colônias bacterianas em todos os segmentos do trato gastrintestinal. Além disso, foi observado um aumento no percentual de bactérias fermentadoras de glicose no estômago e intestino grosso em comparação com o grupo controle, associado a alterações no percentual de colônias lactose positivas em todo o trato gastrintestinal. Em relação à avaliação imunológica, observou-se no intestino grosso, uma redução significativa nos níveis dessa imunoglobulina no grupo tratado com etanol. Conclusão: O álcool causa um desequilíbrio na microbiota intestinal, que pode inclusive estar favorecendo o crescimento de colônias patogênicas em detrimento das simbiônticas. Uma vez que o hábito de ingerir álcool é frequente na sociedade, esses resultados abrem perspectivas para estudos mais elucidativos com possíveis implicações clínicas.
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