Caracterização epidemiológica dos casos de acidente vascular encefálico em reabilitação no Sistema Único de Saúde em Mossoró, Rio Grande do Norte

Conteúdo do artigo principal

Alini Dantas Custodio
https://orcid.org/0000-0002-0355-2957
Alcivan Batista Morais Filho
https://orcid.org/0000-0002-9743-0853
Aline Thaiz Nunes Gomes
https://orcid.org/0000-0002-4200-2704
Inácia Allyne Fernandes Lobato
José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti
Daniel Falcão
Marco Aurelio M Freire
https://orcid.org/0000-0002-6483-0498

Resumo

Objetivos: Identificar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes em tratamento decorrente de acidente vascular encefálico (AVE) na única clínica de reabilitação pública de Mossoró/RN (Centro de Reabilitação Doutor Ozias Alves de Souza). Métodos: Estudo quantitativo de caráter descritivo, transversal, de cunho exploratório, estruturado a partir de respostas a um questionário clínico­epidemiológico e sóciodemográfico com 39 itens, de modo a avaliar aspectos concernentes ao perfil dos pacientes acometidos por AVE e em tratamento de reabilitação. Resultados: Vinte e oito indivíduos com sequelas de AVE em tratamento no centro de reabilitação foram identificados, cujas características clínico­epidemiológicas revelaram equivalência em relação ao sexo (50% masculino:feminino), predominância da cor/raça branca e parda (46,4% cada) e com sobrepeso (35,7%). Em sua maioria, os pacientes conviviam em meio familiar com cônjuge (64,3%), eram aposentados (71,4%), com renda entre um e dois salários-mínimos (64,3%), apresentando sequelas hemiplégicas decorrentes do AVE (85,7%) e dificuldades de adaptação ao modo de vida atual (75%). Conclusão: O presente estudo permite um escrutínio inicial a respeito dos casos de AVE em Mossoró/RN e seu processo de reabilitação, podendo contribuir para melhoria na assistência e intervenções pelas secretarias governamentais, de modo a proporcionar aos pacientes uma reinserção na prática laboral e nas relações sociais.



Detalhes do artigo

Como Citar
1.
Custodio AD, Morais Filho AB, Gomes ATN, Lobato IAF, Cavalcanti JRL de P, Falcão D, Freire MAM. Caracterização epidemiológica dos casos de acidente vascular encefálico em reabilitação no Sistema Único de Saúde em Mossoró, Rio Grande do Norte. HSJ [Internet]. 23º de dezembro de 2021 [citado 3º de julho de 2024];11(4):70-7. Disponível em: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/1163
Seção
ARTIGO ORIGINAL
Biografia do Autor

Alini Dantas Custodio, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Enfermeira, Mestre em Saúde e Sociedade pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.

Alcivan Batista Morais Filho, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Acadêmico do 5º ano de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.

Aline Thaiz Nunes Gomes, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Acadêmica do 5º ano de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.

Inácia Allyne Fernandes Lobato, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Acadêmica do 5º ano de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.

José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Enfermeiro, Doutor em Psicobiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Programa de Pós-graduação em Saúde e Sociedade, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Mossoró, RN, Brasil.

Daniel Falcão, Virginia Commonwealth University

Médico, Especialista em Neurologia Vascular pela University of South Florida. VCUHealth Systems, Virginia Commonwealth University. Richmond, Virgínia, EUA.

Marco Aurelio M Freire, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Biólogo, Doutor em Neurociências e Biologia Celular pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Programa de Pós-graduação em Saúde e Sociedade, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.

Referências

1. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2015 [cited 2021 Nov 17]. 130 p. Avaiable from: https://bit.ly/3Cwc6XL
2. WHO. World Health Statistics 2017: monitoring health for the SDGs, Sustainable Development Goals [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2017 [cited 2021 Nov 17]. Vol 3. Available from: https://bit.ly/32ca3ff
3. Katan M, Luft A. Global Burden of Stroke. Semin Neurol. 2018;38(2):208-11. https://doi.org/10.1055/s-0038-1649503 PMid:29791947
4. Feigin VL, Mensah GA, Norrving B, Murray CJL, Roth GA, GBD 2013 Stroke Panel Experts Group. Atlas of the Global Burden of Stroke (1990-2013): The GBD Study. Neuroepidemiology 2015;45(3):230-6. https://doi.org/10.1159/000441106 PMid:26505985 PMCid:PMC4630023
5. Straka M, Trapezanlidis M. Periodontitis and stroke. Neuro Endocrinol Lett. 2013;34(3):200-6. Available from: https://bit.ly/3FqaZe7
6. Fagundes NCF, Couto RSD, Brandão APT, Lima LAO, Bittencourt LO, Souza-Rodrigues RD et al. Association between tooth loss and stroke: A systematic review. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2020;29(8):104873. https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2020.104873 PMid:32689647
7. Hughes AD, Falaschetti E, Witt N, Wijetunge S, McG Thom SA, Tillin T, et al. Association of retinopathy and retinal microvascular abnormalities with stroke and cerebrovascular disease. Stroke. 2016;47(11):2862-4. https://doi.org/10.1161/STROKEAHA.116.014998 PMid:27729577 PMCid:PMC5082730
8. GBD 2016 Stroke Collaborators. Global, regional, and national burden of stroke, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet Neurol. 2019;48:439-58. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(19)30034-1
9. IHME. Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde. Estudo de Carga de Doença Global: gerando evidências, informando políticas de saúde. Seattle, Universidade de Washington WA - EUA, 2013 [cited 2021 Nov 17]. Avaiable from: https://bit.ly/3FrONk0
10. World Health Organization. Health statistics and information systems - Projections of mortality and causes of death, 2015 and 2030. Geneva: WHO;2013
11. Guzik A, Bushnell C. Stroke epidemiology and risk factor management. Continuum. 2017;23(1):15-39. https://doi.org/10.1212/CON.0000000000000416 PMid:28157742
12. Aho K, Harmsen P, Hatano S, Marquardsen J, Smirnov VE, Strasser T. Cerebrovascular disease in the community: results of a WHO collaborative study. Bull World Health Organ. 1980;58(1):113-30. PMCid:PMC2395894
13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. Número 25. Rio de Janeiro: IBGE; 2009 [cited 2021 Nov 17]. Avaiable from: https://bit.ly/3DrZySB
14. Abegunde DO, Mathers CD, Adam T, Ortegon M, Strong K. The burden and costs of chronic diseases in low-income and middle-income countries. Lancet. 2007;370:1929-38. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(07)61696-1
15. Lopes JM, Medeiros AJL, Oliveira KBA, Dantas FG. Acidente vascular cerebral isquêmico no Nordeste brasileiro: uma análise temporal de 13 anos de casos de hospitalização. ConScientiae Saúde. 2013;12 (2):321-8. https://doi.org/10.5585/conssaude.v12n2.4100
16. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Questionário Básico CD2010. Avaiable from: https://bit.ly/3qI6VC2
17. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004;11(2):72-6. https://doi.org/10.5935/0104-7795.20040003
18. Kelly-Hayes M, Beiser A, Kase CS, Scaramucci A, D'Agostino RB, Wolf PA. The Influence of gender and age on disability following ischemic stroke: the framingham study. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2003;12:119-26. https://doi.org/10.1016/S1052-3057(03)00042-9
19. Reeves MJ, Bushnell CD, Howard G, Gargano JW, Duncan PW, Lynch G, et al. Sex differences in stroke: epidemiology, clinical presentation, medical care, and outcomes. Lancet Neurol. 2008;7:915-26. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(08)70193-5
20. Hiraga A. Gender differences and stroke outcomes. Neuroepidemiology. 2017;48(1-2):61-62. https://doi.org/10.1159/000475451 PMid:28419999
21. Dupre ME, Lopes RD. Marital history and survival after stroke. J Am Heart Assoc. 2016;5(12):e004647. https://doi.org/10.1161/JAHA.116.004647 PMid:27974292 PMCid:PMC5210404
22. Engström G, Khan FA, Zia E, Jerntorp I, Pessah-Rasmussen H, Norrving B, et al. Marital dissolution is followed by an increased incidence of stroke. Cerebrovasc Dis. 2004;18(4):318-24. https://doi.org/10.1159/000080770 PMid:15359099
23. Dupre ME. Race, marital history, and risks for stroke in US older adults. Soc Forces 2016;95(1):439-68. https://doi.org/10.1093/sf/sow040 PMid:29187763 PMCid:PMC5703199
24. Oliveira GMM, Klein CH, Silva NAS. Mortalidade por doenças cardiovasculares em três estados do Brasil de 1980 a 2006. Rev Panam Salud Publica 2010;19(2):85-93. https://doi.org/10.1590/S1020-49892006000200003 PMid:16551382
25. Dias KS. Perfil dos indivíduos portadores de acidente vascular cerebral vinculados ao programa de saúde da família no município de Divinópolis-MG: A demanda por cuidados fisioterapêuticos [Dissertação em Promoção de Saúde]. Universidade de Franca; 2006.
26. Droste DW, Ritter MA, Dittrich R, Heidenreich S, Wichter T, Freund M, et al. Arterial hypertension and ischaemic stroke. Acta Neurol Scand. 2003;107(4):241-51. https://doi.org/10.1034/j.1600-0404.2003.00098.x PMid:12675696
27. Feigin VL, Norrving B, Mensah GA. Global Burden of Stroke. Circ Res. 2017;120(3):439-48. https://doi.org/10.1161/CIRCRESAHA.116.308413 PMid:28154096
28. Marianelli M, Marianelli C, Neto TPL. Principais fatores de risco para o AVC isquêmico: uma abordagem descritiva. Braz J Hea Rev. 2020;3:19679-190. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n6-344
29. Gallacher KI, Jani BD, Hanlon P, Nicholl BI, Mair FS. Multimorbidity in stroke. Stroke 2019;50(7):1919-26. https://doi.org/10.1161/STROKEAHA.118.020376 PMid:31233391
30. Karatepe AG, Guaydin R, Kaya T, Turkmen G. Comorbidity in patients after stroke: Impact on functional outcome. J Rehabil Med. 2008;40(10):831-5. https://doi.org/10.2340/16501977-0269 PMid:19242620
31. Elkind MS. Stroke in the elderly. Mt Sinai J Med. 2003;70(1):27-37. PMid:12516007
32. Yousufuddin M, Young N. Aging and ischemic stroke. Aging (Albany NY). 2019;11(9):2542-4. https://doi.org/10.18632/aging.101931 PMid:31043575 PMCid:PMC6535078
33. Malta DC, Stopa SR, Szwarcwald CL, Gomes NL, Junior JBS, Reis AAC. A vigilância e o monitoramento das principais doenças crônicas não transmissíveis no Brasil - Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(Suppl 2):3-16. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500060002 PMid:27008599
34. Duncan BB, Chor D, Aquino EML, Bensenor IM, Mill JG, Schmidt MI, et al. Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Rev Saúde Pública. 2012;46 (Suppl 1):126-34. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000700017 PMid:23532314
35. Rangel ESS, Belasco AGS, Diccini S. Qualidade de vida de pacientes com acidente vascular cerebral em reabilitação. Acta Paul Enf. 2013;26:205-12. https://doi.org/10.1590/S0103-21002013000200016
36. Duncan PW, Zorowitz R, Bates B, Choi JY, Glasberg JJ, Graham GD, et al. Management of adult stroke rehabilitation care: A clinical practice guideline. Stroke. 2005;36(9):e100-43. https://doi.org/10.1161/01.STR.0000180861.54180.FF
37. Li Y, Wang D, Zhang H, Wang Y, Wu P, Zhang H, et al. Changes of brain connectivity in the Primary Motor Cortex after subcortical stroke. Medicine (Baltimore). 2016;95(6):e2579. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000002579 PMid:26871777 PMCid:PMC4753872
38. Van Kuijk AA, Van der Linde H, Van Limbeek J. Urinary incontinence in stroke patients after admission to a post-acute inpatient rehabilitation program. Arch Phys Med Rehabil. 2001;82(10):1407-11. https://doi.org/10.1053/apmr.2001.25992 PMid:11588745
39. Kolominsky-Rabas PL, Hiltz M, Neundoerfer B, Heuschmann PU. Impact of urinary incontinence after stroke: results from a prospective population-based stroke register. Neurourol Urodyn. 2003;22(4):322-7. https://doi.org/10.1002/nau.10114 PMid:12808707
40. Kohler M, Mayer H, Kesselring J, Saxer S. (Can) Not talk about it - Urinary incontinence from the point of view of stroke survivors: a qualitative study. Scand J Caring Sci. 2018;32(1):371-9. https://doi.org/10.1111/scs.12471 PMid:28544132
41. Tuong NE, Klausner AP, Hampton LJ. A review of post-stroke urinary incontinence. Can J Urol. 2016;23(3):8265-70. PMid:27347618
42. Cohen DL, Roffe C, Beavan J, Blackett B, Fairfield CA, Hamdy S, et al. Post-stroke dysphagia: A review and design considerations for future trials. Int J Stroke. 2016;11(4):399-411. https://doi.org/10.1177/1747493016639057 PMid:27006423
43. Martino R, Foley N, Bhogal S, Diamant N, Speechley M, Teasell R. Dysphagia after stroke: incidence, diagnosis, and pulmonary complications. Stroke. 2005;36(12):2756-63. https://doi.org/10.1161/01.STR.0000190056.76543.eb PMid:16269630
44. Martino R, Martin RE, Black S. Dysphagia after stroke and its management. CMAJ 2012;184(10):1127-8. https://doi.org/10.1503/cmaj.101659 PMid:22125328 PMCid:PMC3394815
45. Mourão AM, Almeida EO, Lemos SMA, Vicente LCC, Teixeira AL. Evolução da deglutição no pós-AVC agudo: estudo descritivo. Rev CEFAC 2016;18:417-25. https://doi.org/10.1590/1982-0216201618212315
46. Cai W, Mueller C, Li YJ, Shen WD, Stewart R. Post stroke depression and risk of stroke recurrence and mortality: A systematic review and meta-analysis. Aging Res Rev. 2019;50:102-9. https://doi.org/10.1016/j.arr.2019.01.013 PMid:30711712
47. Terroni L, Sobreiro MFM, Conforto AB, Adda CC, Guajardo VD, Lucia MCS, et al. Association among depression, cognitive impairment and executive dysfunction after stroke. Dement Neuropsychol. 2012;6(3):152-7. https://doi.org/10.1590/S1980-57642012DN06030007 PMid:29213789 PMCid:PMC5618962
48. Das J, Rajanikant GK. Post stroke depression: The sequelae of cerebral stroke. Neurosci Biobehav Rev. 2018;90:104-14. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2018.04.005 PMid:29656030
49. Johnson W, Onuma O, Owolabi M, Sachdev S. Stroke: a global response is needed. Bull World Health Organ. 2016;94(9):634-634A. https://doi.org/10.2471/BLT.16.181636 PMid:27708464 PMCid:PMC5034645

Artigos mais lidos do (s) mesmo (s) autor (es)